Conheça um pouco sobre o processo híbrido entre pintura, desenho e gravura
Inventada pelo pintor italiano Giovanni Benedetto Castiglione (1609-1664), a monotipia é uma técnica de impressão simples em que se consegue a reprodução de um desenho numa prova única. O pintor italiano começou a fazer monotipias na década de 1640, trabalhando em preto para branco. A técnica tornou-se popular no século XX e alguns outros artistas utilizaram-se dela como Camille Pissarro e Edgar Degas.
A técnica
Geralmente, para a monotipia, são utilizadas tintas de secagem lenta à base de óleo, além de uma placa de vidro ou acrílico como suporte. A imagem é transferida para uma folha de papel, pressionando os dois conjuntos, geralmente com o uso de máquina impressora. O monotipo pode ser criado por uma superfície de tinta inteira e depois, utilizando escovas ou panos, remover de tinta para criar uma imagem subtrativa, por exemplo, a criação de luzes de um campo de cor opaca.
O mais interessante da Monotipia é que na passagem para o papel, no processo de ‘impressão’, as tintas misturam-se e assim surgem diferentes efeitos. A impressão é única, pois a maior parte da tinta é removida durante a prensagem inicial. O processo apresenta infinitas oportunidades de experimentação, e é possível reeditar os monotipos, mas estes serão diferentes da primeira impressão e, possivelmente, apresentarão uma qualidade mais baixa.
No Brasil
Mira Schendel foi uma artista plástica suíça radicada no Brasil que é considerada um dos expoentes da arte contemporânea brasileira. Na década de 1960, Mira produziu mais de quatro mil desenhos com a técnica da monotipia em papel-arroz.
Estes são divididos em subgrupos, apelidados de "linhas", "arquiteturas (linhas em forma de u), "letras" (alfabeto e símbolos matemáticos) e "escritas" (em várias línguas). Dentre suas temáticas estão inquietações filosófico-religiosas, como questões relacionadas a experiência corpórea, espiritual e psicológica.
Fontes: