Por Taciana Farias, comunicação do Gravura na Tulipa
Nunca tive grandes habilidades artísticas ou paciência para o estudo que envolve aprender a desenhar e aperfeiçoar as técnicas aos poucos. Esse era um dos motivos que me fazia acreditar que o trabalho com gravura não era pra mim.
Até que surgiu a oportunidade de participar de uma aula de introdução à gravura em metal no Gravura na Tulipa, onde desde julho de 2021 colaboro com a comunicação. Quando o professor Marcelo Lunardi me pediu para fazer ou escolher uma imagem para gravar, prontamente falei "não sei desenhar NADA"; no que ele me tranquilizou dizendo que não havia necessidade.
Peguei um jornal e escolhi uma imagem que me chamou a atenção: três luminárias. E igual eu fazia quando criança, contornei a figura escolhida com a ajuda de um papel carbono e - mesmo com imperfeições - tinha a minha primeira imagem desenhada no metal. Dali fui aprendendo um pouco mais sobre as técnicas e as cores que surgem conforme vamos nos dedicamos àquela chapinha de metal.
Ainda tenho dificuldade de entender cada técnica, de decorar as etapas do processo e brinco sempre que sou "muito digital" para isso. Mas a verdade é que eu descobri um universo inteirinho para explorar. E é esse universo que permite que eu entenda meus limites artísticos (risos), desacelere os pensamentos e treine a minha paciência.
E já adianto que pra quem é da era digital tem que ter paciência mesmo. A imagem é trabalhada aos poucos e algumas etapas exigem até mesmo horas de espera. E mesmo com todos esses detalhes e com um trabalho que só enxergamos o resultado aos poucos, já posso me considerar uma apaixonada pela gravura. Eu, que sempre fui tão imediatista e ansiosa, me vejo tranquila nas aulas vendo o "tempo de espera" passar.
Em resumo, entendi que não era preciso saber desenhar ou ter grandes habilidades para me permitir aprender uma técnica que apesar de muito antiga, era completamente nova para mim. É possível se entreter, se desafiar e ainda sentir um orgulho enormeee da nossa primeira gravura.
E meu professor Marcelo tem toda razão: Gravura em Metal realmente vicia.
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